Conheço o Rodrigo Tatsch Gonçalves desde que o Taincha jogava pife, comigo, lá na mesa da cozinha do Sidney Gonçalves. Jogávamos às brincas, mas o Rodrigo era o juiz. Uma mescla de peru de mesa de baralho com Xandão do STF, que criava as regras e fiscalizava se não estavam passando o Taincha para trás, já que o homem velho, que não está mais entre nós para ser testemunha, tinha um olho capenga que não enxergava todos os movimentos dos adversários. Desde lá, construí grande amizade com Rodrigo, e sempre destaquei uma das suas tantas virtudes: a empatia. Sabe viver no lugar do outro.
Esta semana, apareceu mais uma prova de que o que eu penso dele, desde o final dos anos 90, é verdade. Depois de anos transportando pacientes em tratamento contra o câncer para Santa Maria, como motorista da Secretaria da Saúde, o jovem teve uma maravilhosa e simpática ideia. Sabedor de que qualquer enfermidade derruba o psicológico das pessoas, Rodrigo resolveu motivar uma paciente que dirigia-se para casa, faceira, depois da última sessão do tratamento em hospital da cidade vizinha. Imprimiu no para-brisas do carro, seu fiel equipamento de trabalho, a mensagem “Buzine, hoje é a última radioterapia”. A troca de energia dos motoristas desconhecidos foi sentida na alma da vivente que, com certeza, passou o caminho das pedras e está recuperada para seguir firme nesse plano. O tratamento oncológico não é fácil, a recuperação também. Rodrigo sabe disso. É empático com o sofrimento do outro.
Empatia vem do termo grego “empatheia”, que é a soma do prefixo “em” – que significa dentro – e a palavra “pathos”, que refere-se a sentimento de paixão. Rodrigo tem paixão por dentro, por isso é empático. Bem verdade, isso eu sempre soube, desde que jogava cartas com o Taincha na mesa da sala do Sidney.
Plantando vento, colhendo tempestade
É absurda a interpretação do TSE com relação à cassação do deputado federal paranaense Deltan Dallagnol. Assim como foi inadequada, no passado, aquela esdrúxula decisão do STF para prender o então candidato Lula da Silva. Em um Brasil de memes, a política virou uma vindita safada atrás da outra, sempre com o discurso de que “a lei vale para todos”. Bertolt Brecht, no clássico poema “É preciso agir”, já nos fez pensar: comemorar a tragédia alheia é o primeiro passo para legitima-la, no futuro, contra nós.
De saída
Sem espaço político no PP, o vereador Marcelo Santos formalizou seu pedido de desfiliação. Recebeu do partido carta branca para trocar de sigla sem perder o mandato. Bem verdade, Marcelo tem trajetória própria, independente de partido, pelo bom trabalho que faz, escorado em uma baita escola política que é seu pai, Kéio Santos. Com a saída do PP, Marcelo fundará na Câmara de Vereadores a bancada do Solidariedade, que é a agremiação política de Kéio. Com mandato construído pelo seu grupo político, Marcelo e Kéio buscarão manter a presença no Poder Legislativo na próxima eleição. Ao que tudo indica, o candidato a vereador em 2024 será Kéio, que tem humildade, prestígio e trabalho de sobra para se apresentar ao eleitor na disputa eleitoral.
Vereador Mirim
O presidente da Câmara de Vereadores Matheus Leão apresentou o Programa do Vereador Mirim nas escolas de São Sepé. A iniciativa, que terá sua primeira edição neste ano, é uma forma de motivar alunos da rede municipal para ações de fortalecimento da Democracia e participação nas decisões da comunidade. Projetos dessa natureza sempre são bem vindos, e o programa retoma boas ideias já desenvolvidas pelos ex-vereadores Adolpho Tonetto e Airo Lima. Aliás, Matheus, com o Vereador Mirim, cumpre mais uma promessa de campanha. Na eleição de 2020, manifestou que trabalharia na Câmara de Vereadores por iniciativas para jovens e estudantes.
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