Foi mais uma “Semana Nacional do trânsito” que não existiu, a previsão era essa mesmo, ressalvando-se a publicação institucional do Conselho Estadual de Trânsito e poucos órgãos de fiscalização de trânsito ou CFCs, com limitadas manifestações em público e distribuição de material educativo. O aumento assustador das mortes violentas nas rodovias não chega a sensibilizar o grande público da sociedade cível e até mesmo de determinadas autoridades. O impacto emocional fica muito restrito ao ciclo familiar de vítimas das tragédias no trânsito.
A “Semana Nacional do Trânsito” encerrou neste dia 25 de Setembro neste clima de frustração nacional. Por tudo isto, que a chamada 1ª Década de Ações, compromisso este firmado pelo Brasil com 172 países do mundo, foi mais um fracasso em que o nosso país não conseguiu reduzir as mortes violentas no trânsito em pelo menos 50% como estava comprometido. A ONU e a Organização Mundial da Saúde voltaram a cobrar mais empenho das autoridades brasileiras no sentido de tentar novamente com a reedição de mais uma chamada “Década de Ações” para o cumprimento das metas assumidas, este prazo se estenderá até o ano de 2030, mas com certeza, a frustração ainda será maior do que esta 1ª Década.
O Brasil passa pelo pior momento em relação aos acidentes violentos de trânsito, ocupamos permanentemente o 5º lugar no mundo em letalidade nas nossas rodovias. O pior de tudo isto, é que a sensação é essa mesma, ou seja, “já estamos acostumados com estas estatísticas” e pensamos que “com nós ou nossos familiares, nada vai acontecer” e tudo bem. As estatísticas têm comprovado bem ao contrário, as mortes de verdadeiras tragédias estão acontecendo com mais frequência e até matando famílias inteiras. O Rio Grande do Sul, na semana passada, registrou vários acidentes envolvendo diversos veículos, como estes que ocorreram na BR 392.
Para o encerramento da Semana Nacional do Trânsito, foi escolhido o dia 25 de Setembro, também denominado, “Dia Nacional do Trânsito” como coroamento e aniversário do Código de Trânsito Brasileiro, (data de publicação do código).
Por fim, o Brasil tem um dos melhores códigos de trânsito do mundo, mas não conseguimos colocar em prática nem regulamentar todos os artigos que ainda estão dependendo de regulamentação. As políticas públicas não atingem suas metas, poucos recursos investidos em campanhas educativas, projetos de engenharia de tráfego e principalmente falta de fiscalização no trânsito. O grande desafio é como silenciar os celulares dentro dos veículos, com certeza, um dia chegaremos lá, conforme já está ocorrendo nas salas de aulas com o projeto de lei aprovado na semana passada. Uso de celular ao volante está matando mais do que a própria embriaguez dos condutores.
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