BBB21: De um reality show fútil a um verdadeiro reflexo da sociedade.

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Ao assistir o programa, sempre tenho a impressão de que o mesmo é nada mais ou nada menos, do que um reflexo da nossa sociedade hoje: São bolhas.

Já são mais de 20 anos de edição e o programa em si já foi exaustivamente discutido e o formato do reality não é novidade para ninguém. Não sei vocês, mas, o reality me remete ao pan-óptico – um modelo de penitenciária ideal, em que sua arquitetura possibilita com que todos os presos sejam observados em suas celas em tempo integral, sem conseguirem enxergar quem os observa. Vocês sabiam que essa era a tecnologia utilizada antes da vigilância por meio de câmeras de nossos tempos?

Mas voltando ao assunto… vocês estão sentindo o impacto desse confinamento? Seria tudo isso reflexo do momento distópico que estamos vivendo? Honestamente, não sei. Até tento buscar respostas, mas não consigo identificar quando um reality show deixou de ocupar lugar de entretenimento para virar assunto de pauta entre psicólogos e sociólogos.

Acredito que a mistura desta nova edição, é que vem tomando espaço nas cabeças das pessoas e em debates públicos, e, porque não aplaudir o responsável pelo recrutamento né? Encheu a casa de clichês. Clichês da… Como denominou o filósofo francês, Gilles: hipermodernidade; Então, aplausos ao responsável que encheu a casa de clichês da hipermodernidade, pois roubou a atenção toda.

A casa mais vigiada do Brasil, perdendo apenas para as do bairro da minha cidade, em quesito “vigiada” – está repleta de clichês dos tempos atuais e que vemos aos montes em Instagram: como a militante hipócrita, a psicóloga que ama fazer palestrinha, sem se dar conta que é massa de manobra de alguém e não poderia faltar a humilhada que traça agora a trajetória de rejeitada a afamada por seus traços, há o oprimido; o opressor; o que cativa o público falando “na cara” e dizendo o que o público queria gritar a certos participantes; Mas, nesta edição, através de uma TV, vimos o que ignoramos, e o principal, nos vimos. Tenho uma novidade amiguinho(a), a quem pensa que os participantes que são a principal parte do experimento. Resposta: NÃO! Nós somos os atores fundamentais desse experimento social.

Muitas vezes o público se sentiu sendo representado na tela.

Mas, como reagir aos olharmos a tela e encontrarmos nossas incoerências e absurdos?

E você amiguinho(a), que levanta bandeira de militância, indicando virtudes o tempo inteiro nas redes, mas, sabe no fundo que algumas militâncias são sobre bandeiras e lacração e não sobre valores e reflexão? Seria também esse o seu tipo de militância?

E você que julgou a branca, loira que tem mídia e é “cheia de privilégios”, mas por ora, é uma das mais coerentes?

Alguns participantes do reality já eram conhecidos na mídia, já levantavam suas bandeiras, Karol Conká por exemplo, ao meu ver era um mulherão da po*** – assim como eu, vários conhecidos também tinham essa visão, talvez tendam a pensar isso por conhecimento prévio de suas letras, mas, certamente, não pela realidade atual: seus comportamentos, reprováveis, expostos 24 horas por dia.

Vejo nesse enredo chamado BBB, uma mulher tão forte, lésbica, com estudos e com um discurso supostamente tão bonito ser marionete de Conká – Lumena. Sem falar a situação toda que envolveu Lucas, e tenho pra mim, que Lucas é um dos, senão, o VENCEDOR – pois soube a hora certa de desistir em respeito a sua saúde mental.

Estamos vendo isso tudo através de um reality, mas, quantas vezes durante o dia lidamos com várias Karol Conkás? Lumenas?

E nesse reality chamado vida real, quem você é?

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