Liberdade ainda que tardia é a tradução mais comumente dada ao dístico em latim “libertas quae será tamen”, proposta pelos inconfidentes da Capitania de Minas Gerais no final do século XVIII. Esta apropriação inoportuna deste dístico latim em bandeiras do Estado de Minas Gerais, que “nada tem à ver com os Mineiros” e sim com a Écloga de Virgílio sobre um diálogo entre Meliboeus e Tityrus no seguinte texto: “Et quae tanta fruit Romam tibi causa videndi? Libertas, quae será tamen, respexit inertem”. Entre as divergências de tradução a mais usada é: “A liberdade, que embora tardia, contudo, olhou para mim, inerte”.
“Liberdade ainda que tardia”, este enunciado em latim, se presta neste momento em que o DETRAN RS lança uma campanha em defesa da categoria de motoboys. “Antes tarde do que nunca” essa é a nossa tradução, o Departamento de Trânsito do Rio Grande do Sul já era para ter reconhecido a importância desses profissionais bem antes e principalmente veicular na mídia as campanhas educativas e de conscientização da população, em especial, os demais condutores para respeitar o espaço dos motoboys no trânsito.
O próprio DETRAN publicou em suas estatísticas, que os motoboys, moto-fretes e demais, são os que mais morrem em acidentes no RS em decorrência da profissão. Aliás, o DETRAN que recentemente justificou para a Sociedade Gaúcha que a destinação dos valores polêmicos da cobrança das taxas de expedição de certificados de licenciamentos de veículos, “custo Zero” ao Órgão e expedidos através de aplicativos, seriam para custeio de campanhas educativas de trânsito, despesas dos programas, balada segura e viagem segura. Então “Ainda que tardia” esta divulgação na semana passada, com o reconhecimento da profissão e os riscos dos motoboys neste trânsito selvagem, chegaram em tempo de fazer justiça a essa importante categoria.
Pelas estatísticas do DETRAN, de Janeiro à Abril deste ano, 138 motoboys perderam a vida no trânsito. No site do DETRAN foram registradas algumas manifestações muito importantes dos motoboys, na sua maioria relatam que são vistos como se fossem delinquentes, desocupados e até analfabetos, enquanto que a realidade é outra, são pessoas chefe de famílias, desempregados e a grande maioria com formação em curso superior. Eles relatam a pressão que sofrem no trecho, primeiro para não deixar esfriar a comida encomendada, segundo quando se trata de entrega de medicamentos urgentes e finalmente, a falta de reconhecimento da sociedade e até de algumas autoridades.Relatam que muitas vezes as pessoas não dizem nem “muito o brigado” e alguns nem cumprimentam o entregador, é a reconhecida falta de respeito com a categoria. Então, a matéria que está sendo veiculada na televisão sobre os motoboys é merecida e de muita justiça com essa importante categoria.
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