De acordo com os dados do IBGE, o Brasil possuía em 2006 um total de 45 milhões de veículos de todos os tipos. Deste número, 27 milhões eram automóveis e camionetas e 9 milhões eram motocicletas, ou seja, 20% da frota. Em 2020, esses números mais do que dobraram, a frota nacional passou a contar com 107 milhões de veículos de todo o tipo e mais de 28 milhões de motocicletas em circulação.
Por esses números chegamos a conclusão neste momento de que caiu 8% o número de veículos adquiridos novos, mas as motocicletas cresceram em até 36% no número de aquisições. As justificativas são, o próprio aumento dos combustíveis, o trânsito engarrafado, quase parando, além disto estas novas profissões que surgiram de tele entregas através de motocicletas. A moto é barata, econômica e rápida.
A frota de motocicletas mais do que triplicou em 16 anos, por isso também se justifica o aumento de acidentes de trânsito na última década no Brasil. Em 1996, foram registradas 725 mortes de motociclistas no Brasil, isso correspondia a 2% do total de óbitos ocorridos em via pública naquele ano. Em 2020, 11.583 motociclistas perderam a vida no trânsito, isso representa um aumento de 36% no índice de mortes nas rodovias brasileiras. Nos acidentes de automóveis, o número também cresceu em mais de 20% nesse mesmo período.
Segundo os especialistas, o Brasil tem uma boa legislação de trânsito, considerada uma das melhores do mundo, mas o que falta é fiscalização, aplicação de multas mais severas e também aumentar significativamente o valor das multas de trânsito. A constatação é que ainda tem um grande número de motoristas dirigindo sob efeito de álcool e muitas vezes não é atacado e fiscalizado pelas guardas de trânsito e pela polícia rodoviária.
A Organização Mundial da Saúde sugere que a velocidade máxima imprimida por veículos em perímetros urbanos, deveria ser no máximo 40 a 50 Km/h. Da mesma forma defende o uso contínuo da cadeirinha e demais aparelhos de proteção das crianças. Tanto a “lei seca” no Brasil, quanto o uso obrigatório do cinto de segurança, foram itens destacados pela OMS, mas precisam efetivamente de permanente fiscalização por parte dos órgãos de trânsito.
A questão da educação:
Quem acompanha essa área também entende que a violência no trânsito brasileiro não será resolvida apenas através de uma fiscalização rígida. “Do jeito que é feita a formação do condutor no Brasil, precisaríamos colocar um agente de trânsito dentro de cada veículo”, diz o diretor do Instituto Observatório Nacional de Segurança Viária”. Precisamos de muitas campanhas permanentes de educação para o trânsito, Autoridades, Imprensa e Sociedade Civil, precisam assumir este compromisso em defesa do trânsito e da vida. Precisamos enfrentar essa situação com urgência, diz o titular do observatório.
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