O anúncio do acordo firmado entre o Estado de São Paulo e o Governo Federal para criação de uma linha férrea Intermetropolitana de ligação direta de São Paulo à Campinas, foi muito comemorado e, com certeza, também cria expectativa de mais expansão da rede ferroviária no Brasil. É evidente que neste caso a atenção maior foi dada ao transporte de passageiros nessa ligação, mas já é um bom recomeço de investimentos em malhas ferroviárias.
O Brasil parou no tempo, se considerarmos o tamanho do nosso país, os investimentos em ferrovias deixam muito a desejar. A extensão total da nossa malha é de pouco mais de 29 mil km, enquanto os Estados Unidos contam com mais de 295 mil km de ferrovias. Também ficamos muito atrás de outros países da Europa. A própria Rússia, que tem dimensões continentais, o seu modal ferroviário é de 81% do total de todas as cargas transportadas do país.
Porque o Brasil parou no tempo, segundo manifestação de alguns especialistas, a construção de linhas férreas no Brasil iniciou no século XIX com a construção da primeira linha de ferro no Estado do Rio de Janeiro, em 1854. Naquela época o que predominava era a ideia de que o progresso do Brasil dependia da construção de ferrovias. A expansão continuou somente até a segunda década do século XX. Em 1930, no Governo de Washington Luís, expandiu-se mais um pouco e depois parou.
A integração desses modais, viário, ferroviária e aquaviária, são muito positivas e barateiam o custo dos fretes. O Brasil parou no tempo e ficou refém do transporte pelo sistema rodoviário, enquanto que, o correto seria a integração dos três setores, transporte por águas, rodoviários e ferroviários. Os benefícios seriam: a redução de custos do transporte, a diminuição da emissão de poluentes e a redução de acidentes de trânsito nas estradas.
Para alcançar esses objetivos, é necessário um projeto bem elaborado com a identificação dos principais pontos de maior produção do país. Segundo, uma ligação ferroviária interligada que atravesse o Brasil. Alguns sucessores de Washington, como Juscelino e o próprio Getúlio Vargas, seguiram por algum tempo nessa mesma iniciativa, mas logo começaram a chegar no Brasil as montadoras de automóveis e caminhões que se apropriaram desses transportes com amplo domínio. Então, o resultado é esse que presenciamos, o alto valor de transportes de produções e custos mais elevados da própria alimentação. Quem paga essa conta é a população brasileira.
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