Palavra Afiada – Eduardo Vargas

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Mais Fernandos por aí
Virei amigo do Fernando Vasconcelos sem que ele soubesse. Quando vi a Gincana do CESS renascer das suas mãos, continuando a linda história que a professora Luba tinha iniciado a escrever, começou minha amizade platônica. O establishment do CESS, composto pelas dinâmicas professoras Andréia Barreto, Sofia Silveira, Luana Penteado e Simone Brum, apresentou para a cidade o brilho do dinâmico professor de química e a partir de então a gente ficou melhor amigo à primeira vista. Sem que ele soubesse, é claro.
Ex-aluno alçado a professor do CESS, contrariando a lógica da ala mais moça que teima em transformar o viaduto em porta de saída da cidade, Fernando é um raro caso de talento que busca no magistério sua redenção. E não bastou dar aula de química. Pra essa gurizada que corre o risco de se perder no egoísmo, foi preciso botar o jaleco e voltar o esforço para a cidadania. E assim ele ressuscitou a gincana do CESS, agora batizada de GincoCESS, que teve sua sexta edição em 2018.
Todas as dezessete provas da GincoCESS deste ano foram costuradas cirurgicamente pelos professores do colégio, focando em alguns valores à moda antiga, como solidariedade, por exemplo. Apesar da disputa acirradíssima entre três equipes, não houve nenhum tipo de contratempo e os ânimos – quem diria – apenas fomentaram a cultura da paz.
Tive algumas oportunidades de conhecer melhor a gincana, mas preferi não chegar às vias de fato, porque isso poderia abalar a nossa relação. Vai que eu, que gosto de peleia, puxo meus talheres para uma equipe adversária e destruo o clima paz & amor do evento.
A cidade se anima quando começa a GincoCESS, e sente falta quando ela acaba. Os poucos dias do evento geram notícias para meses, anos, quiçá vidas, como as das três debutantes que ganharam Festa de 15 anos, com direito a valsa e buquê, graças a solidariedade da comunidade, ao talento dos jovens estudantes, a inventividade dos professores que bolaram a tarefa. Graças à mobilização do meu amigo Fernando.
Caso vocês estejam se perguntando, ele não é o meu único amigo platônico. Tenho alguns, entre eles o Gregório Duvivier, cujas elocuções eu plagio, e o Índio, zagueiro do Colorado, que joga na mesma posição que eu jogava no campinho atrás do hotel. Mas o mais recente é o Fernando, mesmo.
Dia desses, fui falar com os professores do CESS. Na verdade, o degas aqui achou que conseguiria organizar um show para o evento, mas não deu. Quem sabe fique para a próxima. Mas me dei por conta que a Educação no Rio Grande do Sul, aos frangalhos pela falta de investimento, salários atrasados e desmotivação majoritária entre alunos e professores, tem uma saída. Deus queira que o entusiasmo do professor Fernando Vasconcelos seja contagioso, e que entre alunos do CESS brotem os dínamos para a o novo ciclo que o Estado precisa.
O único jeito de salvarmos São Sepé é pela mão dessa mocidade. E que venham mais Fernandos por ai.

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