A imprensa divulgou os dados recentes relacionados à disparada das vendas de motocicletas no Brasil. Segundo o “Observatório Nacional de Segurança Viária”, em curto prazo o número de registros de motocicletas no Brasil saltou de 4,6 milhões, para mais de 20 milhões de unidades. No mês de Março deste ano, mais de 110 mil motocicletas foram vendidas no País. Em média um aumento de 76% em comparação com o mesmo período do ano passado. Pela primeira vez, a venda de motos superou a venda de veículos. Diante desse volume de motocicletas jogadas repentinamente na circulação do nosso trânsito, as perguntas mais frequentes que os especialistas tentam encontrar respostas são: A- As nossas rodovias e as cidades estão preparadas para receber esse enorme fluxo de circulação de motociclistas? B- As motos são veículos seguros? C- Quais os condutores que morrem mais em decorrência dos acidentes de trânsito?
Na opinião do “gaúcho” Eduardo Biavati, mestre em Sociologia e educação de trânsito, esse novo fenômeno vem ocorrendo por algumas razões bem conhecidas: Primeiro, a situação econômica do País, com a redução da renda das pessoas, agravadas pela pandemia. Muitas pessoas, como da classe média, já não tem mais como abastecer o tanque de seus veículos, então a solução é economizar e buscar alternativas como o deslocamento para o trabalho através de motocicletas. Isto que está acontecendo no Brasil, também ocorre na Itália, Japão, França e outros. “Crise Financeira”.
A principal preocupação de Biavati, é com a segurança dos motociclistas, pois a moto, comprovadamente não é um veículo seguro, pelo contrário, expõe em grande situação de risco os seus ocupantes. Segundo o Instituto Observatório, o número de acidentes com motociclistas é de 55,6% no Brasil e isso já preocupava antes de largar em circulação este grande número de motocicletas neste ano de 2022. Segundo Biavati, as nossas rodovias não estão preparadas para esta demanda. Não há políticas governamentais voltadas para a proteção dos motociclistas, falta sinalização e falta fiscalização. As ruas e rodovias precisam ser adequadas melhor preparadas para receber esse número de motociclistas em circulação.
Outra constatação do Sociólogo, é que os motociclistas estão correndo aos Centros de Formação de Condutores, despreparados em busca da carteira, na maioria das vezes, a permissão provisória e se jogam em fluxo de trânsito de rodovias perigosas e acabam se matando. O Estado de São Paulo lidera no índice de acidentes com mortes de motociclistas. Na região Nordeste, a frota de motocicletas cresceu 414% na última década, isso representa mais de 6 milhões de motos circulando diariamente.
Sobre a legislação, o que já era complicado, piorou com a decisão deste governo de permitir a famosa “costurada” na circulação de trânsito das motocicletas, isto é de extremo perigo, pois as rodovias já estão engarrafadas e essa ideia agrava mais os riscos de acidentes graves. Os governos são omissos quanto aos cuidados e manutenção de rodovias. “Pilotar motocicleta é sim fator de grande risco”.
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