Pensar no Autismo, é pensar na Infância e nas possibilidades de cuidado do desenvolvimento que acontece no âmbito familiar. A recorrência com que nos deparamos ao diagnóstico de Autismo ou transtornos de desenvolvimento, vem nos fazendo refletir sobre a importância do cuidado à infância e os fatores envolvidos nessa construção.
Como profissionais, pais, educadores mas sobretudo como adultos que a partir do seu desejo assumem a função do cuidado; vamos compreendendo que somos responsáveis pela promoção da saúde física e emocional, e que o psiquismo se desenvolve no bebê além de suas condições genéticas, a partir da relação que ele mantém com seus pais ou cuidadores. Cuidar de um bebê é cuidar de quem cuida; e cuidar da relação que se estabelece.
Pensando na promoção de um cuidado integral e atento ao desenvolvimento, e que contemple a intervenção precoce nas relações afetivas; a diretriz do SUS aprovada na LEI 13.438/2017 propõe o uso do Protocolo IRDI (Indicadores Clínicos de Risco para Desenvolvimento Infantil) como ferramenta nos atendimentos com os bebês. Em São Sepé, essa intervenção ocorre desde 2019, na Secretaria da Saúde, nos atendimentos compartilhados entre a Psicologia da Infância e Pediatria no Posto do Centro, ofertando esse cuidado precoce, podendo assim detectar e intervir em situações de dificuldades relacionais como também no encaminhamento precoce para atendimento, nos casos de transtornos globais do desenvolvimento, como o Autismo.
“Sabemos que cada criança é única, sendo autista ou não, e que os marcos do desenvolvimento físico e psicológico são muito importantes, e que o acompanhamento sistemático desses, permitem que o desenvolvimento seja estimulado em uma etapa em que as “janelas” do cérebro e das relaçôes em formação, estão muito favoráveis”.
Psicólogas Sabrina S. Wegner Schroder e Viviane Scherer Ellwanger – Serviço da Psicologia da Infância e Adolescência
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