ENTRE A GAROA E A CHUVARADA

Colunistas Geral

Uma sucessão de tragédias abateu o Rio Grande do Sul nos últimos dias. Na sexta-feira, em Porto Alegre, um alojamento que atendia população pobre da capital pegou fogo matando 10 pessoas e ferindo mais de duas dezenas. O incêndio na Pousada Garoa foi um dos maiores do Estado, muito menor do ocorrido na Boate Kiss, mas fez pensar que não aprendemos nada com a tragédia de Santa Maria. O alojamento funcionava sem PPCI válido, e a Prefeitura não foi firme em fechar o estabelecimento.
Se a sexta-feira terminou com fogo, o início da semana foi de muita água. A chuvarada de mais de 650mm em três dias bateu todos os recordes de enchente na Região Central, que foi o lugar com maior precipitação pluviométrica do mundo na quarta-feira, dia 1 de maio. Até o presidente Lula veio sobrevoar o alagamento nos municípios atingidos no Rio Grande do Sul. Em São Sepé, bairros Cristo Rei, São Cristóvão e Novo Horizonte estão com centenas de pessoas desalojadas. O rio São Sepé subiu rápido, atingindo a inédita cota de alague na ponte que leva ao Terceiro Distrito. No Passo do Fraga, mais uma vez, a enchente levou barracas, casas, plantações e animais. Uma tragédia com pouca condição de resposta aos danos materiais, já que o Plano de Contingência da Defesa Civil tem como premissa preservar vidas.
Quem é de São Sepé, deixa seu coração aqui. As lembranças do banho no rio, fizeram chorar quem provocava as águas, antigamente, tentando cruzar de um lado ao outro em um mergulho. Sepeenses de todas as partes do mundo enviavam mensagens, compartilhavam notícias, disponibilizavam ajuda para os desabrigados. Como saldo das tragédias, entre a Garoa e a chuvarada, há de ficar o orgulho pela solidariedade latente do povo gaúcho. Se os meteorologistas estiverem certos, a calamidade seguirá até a próxima semana aumentando os estragos. Muito tempo demorará para que os municípios se reconstruam. Em São Sepé, mais uma vez a força da comunidade será o combustível para que consigamos nos reerguer.

PRIMEIRO
O prefeito João Luiz Vargas foi o primeiro a protocolar na Secretaria Estadual da Agricultura pedido de recursos emergenciais para recuperação das estradas em função da calamidade pelas chuvas dos últimos dias. Com a necessidade urgente de escoar a safra, produtores rurais estão angustiados porque poderão perder o trabalho. Se o Governo Federal, Estadual e Municipal não ajudar, o prejuízo também será histórico.

BOBOCAS
Tem uns bobocas que resolvem sair para ver as estradas, enchentes e tragédias alheias. Desse jeito, em Santa Maria, um curioso quase foi engolido por uma ponte que caiu bem na hora. A orientação é clara: quem não tem condições de ajudar, como voluntário da Defesa Civil, que não atrapalhe. Se estiver em lugar seguro, fique em casa. Só depois que a chuvarada calmar é que a ajuda será bem vinda para limpeza e reconstrução.

UNIÃO
Deixando as divergências políticas de lado, adversários se uniram em uma Força Tarefa organizada pela Prefeitura, Câmara de Vereadores, Defesa Civil, Bombeiros e Brigada Militar. A tragédia não tem culpados, nem super-heróis. Somente todos podem, unidos, ajudar. O plano de contingência organizado pelo Executivo Municipal está dando certo, com respostas rápidas, e São Sepé conseguiu controlar e monitorar os acontecimentos. Cabe torcer para que nos próximos dias a Prefeitura consiga recuperar casas, ruas, pontes e estradas, além de fazer o acolhimento social das famílias afetadas pelas chuvas.

SUCESSO É O “S”
As tragédias das chuvas dos últimos dias tiraram das manchetes dos jornais o sucesso da programação de aniversário de São Sepé. A Fundação Afif Jorge Simões Filho e a Prefeitura Municipal organizaram atividades culturais, esportivas e de lazer que reuniram milhares de pessoas em diferentes espaços do município. Até a chuva, que não era tão intensa na semana passada, acabou não prejudicando as atividades. A parceria entre o Poder Público e a iniciativa privada, mais uma vez, foi a chave do sucesso. Outro ponto fundamental – e importantíssimo – para que tudo desse certo, foi a programação contar com o apoio e financiamento do SESC. Mais uma vez, a Prefeitura acerta em articular ações junto com o “Sistema S”, principalmente SESC, SENAC, SENAR e SEBRAE.

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