Quis o destino que fosse assim
Não acredito em destino. Se dependessem das minhas crenças, as ciganas e cartomantes iriam à falência. As referências cristãs ainda sobrevivem, mas toda a liturgia católica foi engolida, em seco, junto com aquela última hóstia lá pelo fim da década de 90. Não que os valores do degas aqui divirjam dos frequentadores da missa, mas é que adaptei minhas crenças a um ambiente novo de religiosidade. E tem dado certo: jogo o bem para cima e ele precipita na minha cabeça. Sempre funciona. Deus, para mim, é generosíssimo. Dá bem mais do que mereço. Eu não reclamo.
Na vida, só coleciono bons momentos e credito tudo ao bem jogado pra cima, que – por gravidade – acaba caindo sob mim. Sou James Bond, que quando cai da ponte sempre tem um trem carregado de feno passando por baixo e não leva o tiro porque a arma do bandido falha na hora. Foi por isso que escapei ileso dos diversos acidentes de trânsito, assaltos que fui refém e outras enrascadas que se contar parece mentira. Minha mãe atribuiria isso a Deus, já minha irmã acha que é sorte, pois diz que sou pé-quente.
O ponto fora da curva é o processo eleitoral. Já dizia Darcy Ribeiro que a militância política, mais do que vocação, é uma questão de cidadania e por este motivo que sempre tomo lado. Mas as sucessivas derrotas me desmotivam. Resta agora torcer para que Jair Bolsonaro vá bem e supere todas as adversidades do pântano que a oposição pretende criar, se já não fosse suficientemente difícil enfrentar os problemas que afloram da própria máquina estatal. E que Eduardo Leite consiga tirar leite de pedra, para manter o trocadilho, e resolva o problema de fluxo de caixa que ele indicou normalizar até o final do ano que vem.
Nem Bolsonaro, nem Leite, eram minhas melhores opções eleitorais. Mas tenho que reconhecer que ambos estão empolgados e a vontade de resolver os problemas, segundo o Sidney Gonçalves, é a mãe das soluções. Domingo passado, viajei a madrugada toda para votar e renovar a fé na democracia. Sofri como nunca e perdi como sempre. Quis o destino que fosse assim.
Mil na tampa
O candidato José Ivo Sartori, do MDB, aumentou exatamente mil votos do primeiro para o segundo turno, em São Sepé. Em 7 de outubro, o governador que buscava a reeleição teve 2.672. Domingo passado, ao fechar as urnas, o candidato obteve 3.672 sufrágios.
Diminuição do colégio eleitoral
São Sepé teve 12.591 eleitores válidos no último domingo. O número é bem abaixo do que a cidade teve, agora que a Justiça Eleitoral propôs o recadastramento biométrico e tirou das listas pessoas que não residem mais aqui. Analistas da política local avaliam que se na eleição de prefeito forem lançadas três chapas, o vencedor fará cerca de cinco mil votos, abaixo do que os últimos vitoriosos têm obtido para chegar ao Paço Municipal.
Sucesso
O sucesso da Expofeira Regional, organizada pelo Sindicato Rural de São Sepé, mostra que a união do setor primário é que vem fazendo o Estado superar a crise econômica. A articulação do dinâmico presidente José Aurélio Silveira fez com que a feira, e seus eventos culturais, tivessem repercussão nacional. O encerramento da Expofeira foi com o vencedor do The Voice Léo Pain, artista sonho de consumo das feiras agropecuárias pelo Brasil afora.
Reinício
Dos grandes partidos nacionais, o que saiu mais machucado da eleição de 2018 foi o PSDB, muito embora a vitória de Eduardo Leite, no Rio Grande do Sul, acabe motivando a sigla de Geraldo Alckimin. O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan chegou a propor a refundação do PSDB, para que ele surja como alternativa em 2020 e 2022. No Estado, a sigla tende a crescer e inacreditavelmente poderá aproximar-se do ex-rival PT, que votou em Eduardo no último domingo.
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