Opinião política da semana

Colunistas Geral

A voz do povo
A eleição geral ocorreu, em São Sepé, tranquila da Silva. Embora existissem candidaturas locais de diferentes partidos, dentro do climão nacional que polarizou e gerou raiva no eleitor, o processo aqui na terrinha foi em alto nível. Os candidatos mais salientes na cidade, Matheus Leão, do PDT, Keio Santos, do SD, e Renato Rosso, do PP, foram cavalheiros e mantiveram o debate apresentando propostas, sem ataques e agressões. Foi muito bom ver que, embora as divergências, os políticos locais são diferentes daqueles que a gente vê na TV, no Estado ou em Brasília.

Gigante
O grande vencedor da eleição – no espectro local – foi o vereador Matheus Leão. Novato na política, com menos de dois anos de carreira, Matheus foi o sepeense mais votado em São Sepé e no Estado, desbancando políticos tradicionais e consolidados como Keio Santos, que disputou este ano sua décima eleição, e Renato Rosso, que tem dois mandatos legislativos além de uma trajetória consolidada como militante político de mais de trinta anos, como dirigente partidário, coordenador de campanhas eleitorais e presidente de partido. Matheus fortaleceu o PDT, teve apoio dos vereadores da bancada, Tavinho Gazen e Zilca Camargo, do prefeito João Luiz Vargas e do vice Fernando Vasconcellos, e sua candidatura superou essa dimensão. Nas caminhadas nos bairros, Matheus conseguiu ver o reconhecimento da comunidade ao inovador trabalho que vem fazendo na Câmara de Vereadores. Entrou inexperiente na campanha eleitoral e saiu gigante. Sem dúvida, o processo eleitoral é um ativo na sua carreira política e em uma próxima eleição estadual, em 2026, Matheus entra no xadrez eleitoral com energia para tentar – com viabilidade – uma vaga na Assembleia Legislativa.

Mantendo espaço
Embora tenha baixado sua votação na cidade, Keio Santos manteve o prestígio de bom de voto. Sem partido, sem apoio de grandes figurões da política, o ex-vice-prefeito foi com a cara e com a coragem em uma disputa cujo objetivo foi semear sua pré-candidatura a prefeito em 2024. Na segunda-feira, pós eleição, Keio já estava nas ruas, agradecendo seu eleitorado cativo. Os predicados do político são pessoais, já que tem apoio de eleitores de esquerda, de centro e de direita. Sua candidatura contou com o apoio de algumas lideranças do PP, como os vereadores Marcelos Santos e Eto Vargas, e a dobradinha mais relevante foi com Covatti Filho, do PP. A missão é manter espaço para sua próxima disputa, em que terá o desafio de construir uma estrutura política, já que o Solidariedade não venceu a legislação da cláusula de barreira esse ano e tende a reduzir a partir de agora. O parceiro político de Keio, o portoalegrense Claudio Janta, foi mal na eleição, e possivelmente ainda neste ano escolha outra sigla para se filiar.


Abaixo do que esperava
Nas redes sociais e na Câmara de Vereadores, Renato Rosso, do PP, manifestou que seu desempenho eleitoral foi abaixo do que esperava. Dos sepeenses que moram em São Sepé, Renato foi o menos votado, mesmo com o apoio dos ex-prefeitos pepistas Léo Girardello e Cleri Schroder, e do presidente do partido Marcelo Ellwanger. Durante os 45 dias de campanha, o político visitou 67 cidades abrindo frentes de trabalho, mas, aparentemente, a estratégia não foi bem sucedida: Renato fez menos de mil votos fora de São Sepé, com uma média de 14 votos em cada uma dessas cidades visitadas. Como desabafo, o político revelou que tende a largar a política, já que o tempo ocupado pela política seria melhor gasto junto a sua família, esposa, filhos e netos. Na visão do degas aqui, a saída de Renato da vida pública não é adequada para a política local. Embora polêmico e com alguma resistência com outras figuras políticas da cidade, os encaminhamentos como vereador faz de Renato um edil que representa um segmento da sociedade. Como estava de cabeça quente, é possível que repense sua decisão. É o que esperam alguns eleitores, que haviam manifestado apoio na Rede Social do político, que, essa semana, resolveu também abandonar seus perfis na internet.

Estratégia Assertiva
Políticos que tentaram fugir da polarização nacional, entre Jair Bolsonaro e Lula, e no Estado, entre Onyx Lorenzoni e Eduardo Leite, se deram mal. O petista Edegar Pretto corria por fora e quem se agarrou na sua campanha se saiu bem. O exemplo é Paulo Pimenta, campeão de votos em São Sepé. Representado na cidade pelo assessor Julio Lima, Pimenta vem desde 2018 colando sua imagem em Lula, naquela época preso em Curitiba, e a estratégia – de todas – foi a mais assertiva.

Metendo Ficha
Ofuscadas na imprensa pelo cenário eleitoral, as notícias de obras públicas em São Sepé seguem movimentando a economia local. Coordenadas na cidade pelo prefeito João Luiz Vargas e pelo vice Fernando Vasconcellos, e no interior pelo secretário da Infraestrutura Leopoldo Farias, os recursos economizados desde o início do ano passado estão sendo aplicados em recuperação de escolas, pavimentações, reformas em prédios da Saúde, construção de pontes e bueiros. Até o final do ano, a expectativa da Prefeitura é que mais de 100 obras sejam entregues.

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