Deu Zebra

Colunistas Geral

A confiança que João Luiz Vargas e Fernando Vasconcellos tinham na sua base de apoio na Câmara de Vereadores gerou um dos maiores constrangimentos políticos que o experiente prefeito vivenciou. Isso porque, ainda que tenham participado de reuniões, encontros técnicos e audiências públicas, alguns vereadores do governo resolveram, em bloco, votar contra o projeto de financiamento para pavimentar 56 quadras em bairros de São Sepé. O juro do financiamento pelo BRDE, com dinheiro subsidiado pelo BNDES para os municípios, era de aproximadamente 6,04% ao ano. Sem dúvidas nenhuma, seria o melhor estilo de contrato do gênero da história de São Sepé.


Dois pesos, duas medidas I
Em 2019, a Câmara de Vereadores aprovou por unanimidade um projeto de financiamento da Prefeitura de São Sepé com o Banco do Brasil, com juros de 163% do CDI por ano. Considerando que o valor do CDI hoje, atualizado em setembro 2023, é de 12,65% ao ano, o juro do financiamento proposto em 2019 seria atualmente de 20,62% anuais. Mesmo com juro caro, em função da necessidade de investimentos, a Câmara de Vereadores (com apoio das bancadas do PDT, PP, PSB e PMDB) aprovou o crédito retirado e pago durante a gestão de Léo Girardello. O dinheiro serviu para comprar maquinário para manutenção das estradas que atendem os produtores rurais.

Dois pesos, duas medidas II
Este ano, a Prefeitura de São Sepé propôs e tramitou na Câmara de Vereadores por mais de dois meses o projeto que buscava financiamento para obras nas periferias da cidade. O juro, subsidiado com dinheiro do BNDES, via BRDE, era de 6,04% ao ano. O projeto foi rejeitado, com votos do PDT, PSB e PP. O líder do governo Tavinho Gazen discutiu a aprovação explicando a importância do projeto e contou com votos a favor dos investimentos de Humberto Stoduto, Maninho Pinto, Marcelo Neves, Marcelo Santos.


Dois pesos, duas medidas III
Bem criterioso, o vereador Gilvane Moreira, do PP, discutiu que no pedido de financiamento do BRDE não foi apresentado o tal impacto financeiro do projeto. Também reclamou que o juro era alto. Três anos atrás, em 2019, Giovane foi um dos que mais lutou para aprovar o projeto do Governo Léo Girardello que autorizava financiamento com o Banco do Brasil com juros três vezes maior (6,04% no projeto atual em comparação com 20,62% no projeto de 2019). No projeto de 2019, o Poder Executivo não fez estudos de impacto financeiro, e Gilvane também não reclamou disso para aprovar a pauta.

Dois pesos, duas medidas IV
No bairro Lôndero, que seria o maior beneficiado com as obras imediatas de pavimentação, uma frase curiosa chegou aos ouvidos do Degas aqui. Para financiar maquinário para rico, com juros de 20,62% ao ano, a Câmara de Vereadores aprova sem reclamações. Quando é para financiar obra para pobre, com juro de 6,04% ao ano, alguns vereadores preferem aderir ao discurso de que não se pode endividar a Prefeitura.

Vai seguir
Democraticamente derrubado, a rejeição do financiamento no BRDE não vai suspender o programa POP Infra. O prefeito João Luiz Vargas vai reunir os trinta membros representantes dos bairros para explicar os porquês das obras serem mais lentas sem o recurso do BRDE. Ao invés de 12 meses, o calendário para execução dos serviços será de 60 meses, ou seja, cinco anos. A escolha das ruas passará por debate com as comunidades, mas provavelmente, em função dessa reprovação junto à Câmara de Vereadores, muitos investimentos em pavimentação sairão das prioridades.

Transporte Gratuito para Votar
Para reforçar a participação popular na escolha dos conselheiros tutelares que vão compor a rede de proteção de crianças e adolescentes, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de São Sepé disponibilizará transporte gratuito para a comunidade. A votação é no domingo, lá no Instituto Tiaraju.

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