Muito bom dia, amigos e amigas. Hoje, em nossa coluna rural, recebo um grande amigo, que dedica seu trabalho para a música, e, em especial, a música do campo, que enaltece o meio rural, por meio das canções e letras que narram nosso Estado.
Para tanto, o convidado da semana é o cantor Cristiano Quevedo, natural de Piratini, a primeira capital farroupilha do Rio Grande do Sul. Em uma conversa bastante explicativa, ele comenta sobre aspectos de sua história e carreira. Boa leitura!
Cristiano começa, nos contando um pouco mais, de acordo com seu ponto de vista, sobre a importância do campo e do setor rural. “É fundamental para o nosso estado, para o nosso país e para o mundo, a questão do campo, pois é de onde extraímos o alimento, de onde extraímos o pão nosso de cada dia de muitas famílias. O campo além de nos dar o alimento, garante o planejamento econômico para uma comunidade através da natureza, através do manejo diário com o gado ou com a plantação, é um ensinamento diário para as famílias. A gente aprende muito com o campo, observando o campo e tudo que nele a gente deposita”, abordou.
A seguir, nosso convidado fala mais sobre suas músicas, e o começo de sua carreira. “Eu começo então, a tomar contato com a arte, nas invernadas artísticas de Piratini. É claro que além da dança, a música sempre me chamou mais atenção, nos rodeios artísticos, enfim… E logo veio um festival nativista, chamado “Vertente da Canção”, que foi onde eu dei asas ao meu sonho de ser o que eu sou hoje, um artista representante da música gaúcha. Onde eu me sinto bem é no palco, e os festivais, que são uma escola, me deram muita estrada, me deram muita maturidade para eu poder fazer a minha música e contar através dela a minha vida, então, hoje eu ainda participo de festivais, que é a melhor vitrine para o musico gaúcho, mas também sou contratado para alegrar! Eu gosto de dizer que eu faço a musica alegre do Rio Grande do Sul, com sentimento, e valorizando o que a gente tem no coração que é o amor pela nossa terra. Então hoje, eu sou chamado para rodeios, feiras, eventos de todos os gêneros, levando a musica gaúcha e a alegria de ser gaúcho”, salientou.
Cristiano Quevedo também explica, logo mais, sobre sua relação com o campo. “Olha, a musica é uma linguagem universal, e a gente que exalta o campo a tradição de um povo, os costumes deste povo, a gente que exalta um gaúcho brasileiro, latino americano, um homem que vem do campo para a cidade, que está sempre em busca de melhorar a situação da sua comunidade, começando por sua família obviamente, depois sua comunidade, sua nação, um guerreiro. Então o campo tem estes valores. O campo quando eu me refiro a ele, tem muito a questão familiar, muito a questão do inicio da vida, ali do campo, como uma sementinha que foi plantada e que vem germinando e que depois tem os seus frutos a serem colhidos. Então eu acredito que os valores que o campo e que a família nos dão, devem ser valorizados através da música.
Como a música é a linguagem universal, ela através do sentimento, é muitas vezes, a trilha sonora da vida de muita gente, assim como é da minha. A gente vai conseguindo levar em frente esta sementinha de amor, as raízes, as tradições, os costumes com muita fé e muita força, isso tudo também vem destes valores que a gente aprende no campo”, comentou.
Nosso convidado também conta, em mais detalhes, sobre sua rotina. “Bom, eu vivo intensamente focado, respirando e vivendo música. Música regional, música de coração, diariamente na minha vida. Com isso também, tem toda a gestão de uma carreira e tem toda a questão que a gente tem que ir para a estrada levar a nossa musica, para que ela chegue mais perto das pessoas, que essas pessoas conheçam a nossa musica, e que isso venha a transformar e reverter em trabalho, em shows. Com certeza, sou um profissional que vive da música, busco o pão nosso de cada dia através da música, e sou um homem realizado já, por poder sustentar minha família com o meu trabalho que é a realização de um sonho. Diariamente estamos realizando sonhos.
No momento desta entrevista, estou na estrada retornando de um compromisso, e muito feliz, pois sei que amanha é um novo dia e eu tenho que pegar a estrada novamente para levar o meu trabalho adiante, me inspirar, compor, retornar para a família, e ao mesmo tempo, a família entende que a gente tem que estar na estrada, e é sempre esta rotina de estrada, de saudades, mas de muitas e muitas alegrias”, explicou, e, ainda, completou: “Pois eu, observando o campo, e nascido em uma cidade onde a agropecuária é a principal
economia, Piratini – a primeira capital farroupilha, onde o contato com o campo começa desde cedo, através do meu pai que sempre foi um homem do campo, que foi a pessoa que me incentivou, e minha mãe também que nasceu no interior, nasceu no campo, eles me levaram muito ao contato do campo, da terra, das lidas com os rebanhos bovinos e ovinos, o contato com o cavalo, que foram elementos que foram amadurecendo no meu imaginário, no meu coração, e eu queria muito exteriorizar este sentimento através de alguma coisa, e foi através das artes, através da música. Então, através da música, é onde eu exteriorizo todo o meu amor, todos os meus anseios de ser um homem rural que valoriza as coisas simples que a terra nos oferece”.
Ao final de nosso bate-papo, Cristiano Quevedo deixa uma mensagem aos leitores. “Minha mensagem é muito tranquila, muito clara, muito simples… É uma máxima que, para quem vem do campo, para quem conhece o campo, está bem, como eu digo, clara. Na vida das pessoas, na nossa vida, na tua vida aí leitor, é muito importante tu entender isso: a gente só colhe aquilo que a gente planta, então esta é minha mensagem”, finalizou.
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