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Não sou supersticioso, porque ser dá azar. Nunca me apeguei à lentilha no ano novo, resisto a pular ondinhas quando passo a virada nas calorentas águas turvas do litoral gaúcho. Sou daqueles que aprendeu a ser incrédulo com o sobrenatural. Diferente de mim, a Laurinha todos os meses sopra canela na porta aqui de casa para dar sorte. Acende incensos, desvira havaianas, teima comigo quando aqueço a água para o mate com o bico da chaleira para trás. Não satisfeita, carrega pé de coelho no chaveiro e guarda cuidadosamente um trevo de quatro folhas na carteira.
Nos preparativos do Ano Novo, é ela quem escolhe as roupas, com as cores que a internet indica ser a mais adequada para o futuro que se abre. Vermelho é amor, azul traz sorte e verde, nas roupas íntimas, dá mais fertilidade. A tradição vem da sua infância.
Já eu, o que apostava no réveillon, nos tempos de antanho, era nos fogos de artifício na casa do João Vicente, lá na avenida. Da varanda, enxergávamos o borbulhar das luzes compradas pela Paula em Porto Alegre, novidades para uma cidade em que o que se tinha, e bastante, era foguete. O Xuxa carregava maços de foguetes no porta-malas do Uno, e não tinha comemoração – nem campanha política – que não lhe rendesse queimaduras nos braços das faíscas do artefato. O Xuxa se foi, silenciaram-se os foguetes, nunca mais ouvi falar no João Vicente muito menos naqueles fogos de artifício.
Assim como quem faz pedidos às estrelas cadentes, minha crendice sempre foi fazê-los aos fogos de artifício. Quando criança, o ano começava com a listinha de metas e desejos imaginados, mentalmente, nos estouros dos foguetes do réveillon do vizinho. Depois, com a lei municipal do Renato Rosso, que de forma solidária impediu os estampidos, cachorros e enfermos se salvaram, e eu fiquei pra sempre com aquele olhar para o céu, à meia-noite, esperando as luzes impostoras tomarem forma a partir da varanda de casa.
De novembro para cá, algumas coisas não saíram como planejado na minha vida. O triste é que fiquei sabendo, por acaso, que a Laurinha não soprou a canela no dia certo, de dois meses para cá. Pode ser coincidência, mas há muita coisa que não sabemos explicar. Por precaução, já pedi pra mãe preparar um balde de lentilha, neste final de semana. Já estou de amarelo, desde que fiquei sabendo da notícia. Dizem que virei supersticioso, mas garanto que é só por capricho, já que acreditar em superstição dá azar.

Contratudista
Se a campanha política para prefeito for o grenal entre João Luiz Vargas e Léo Girardello, como se desenha, o Partido Novo já anunciou que fará oposição aos dois. O que o partido reclama é a falta de debate sobre as contas públicas e seus impactos no futuro. Em princípio, fará campanha apenas para vereador, torcendo para fazer bancada na próxima legislatura.

De pé
O PSDB já montou uma chapa com candidatos a vereador objetivando eleger um ou dois edis em 2024. A ideia é chegar com força na Câmara de Vereadores e buscar espaço no Poder Executivo. O plano do partido é se estruturar na próxima eleição e criar corpo para majoritária, em 2028.

Dando um gelo
Se o PP quer firmar um eleitor de Direita em 2024, deveria estar focado no espólio político do vereador Renato Rosso. Atualmente, o político é quem mais articula apoiadores nas redes sociais, depois de ter se firmado como protagonista do partido na última eleição de deputado, onde concorreu e, sem o apoio do Diretório do partido, conseguiu boa votação. Aliás, bem votado em 2016, 2020 e 2022, com trabalho voltado à Segurança Pública, que é pauta permanente dos políticos de Direita, Renato tinha que ser a laranja de amostra do partido. Diferente disso, em evento recente coordenado pelo presidente estadual do PP Covatti Filho, Renato sequer foi citado pelo protocolo.

Regional
O advogado Francisco Lopes, o Chiquinho, é uma liderança do PSDB na região. E Santa Maria, nas férias do professor coordenador da 8ª CRE José Luis Viera Eggres, ele toca com mãos de ferro a difícil tarefa de organizar as dezenas de escolas da região. Bruxo do prefeito Jorge Pozzobom, de Santa Maria, Chiquinho foi sondado a concorrer a vereador na cidade vizinha. Aparentemente, seu título permanecerá em São Sepé, pensando não nessa, mas na próxima eleição.

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